26 de março de 2013

Luz, câmera: Germano Mathias em ação!

Em 1959, o sambista paulistano Germano Mathias ainda estava iniciando a carreira. Tinha seus tenros 25 anos de idade, mas já se destacava com sua ginga malandreada de cantar o samba sincopado, batucando na lata de graxa.

Fosse nas rodas de engraxate na Praça da Sé, em São Paulo, ou nas rodas de malandro de Madureira, no Rio de Janeiro, Germano imprimia seu estilo, que atravessou décadas e é preservado por ele até os dias atuais, a despeito de sua idade avançada (completa 79 anos em junho).

A juventude foi embora e, hoje, é só lembrança de um tempo que passou. Porém, graças a registros cinematográficos daquele longínquo ano de 1959, podemos ver o sambista em plena forma. 

Naquele ano, Germano Mathias participou de dois filmes, "O Preço da Vitória", dirigido por Osvaldo Sampaio (Ubayara Filmes), e  "Quem Roubou Meu Samba", dirigido por José Carlos Burle (Cinelândia Filmes e Cinedistri). Na primeira produção, interpreta o samba "Figurão", parceria com Doca. Já no segundo filme, canta um samba que viria a ser um de seus maiores clássicos, "Lata de graxa" (Mário Vieira e Geraldo Blota). 

Vale a pena conferir!



12 de março de 2013

Não sei dar adeus (Wilson Batista - Ataulfo Alves)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Quando dois geniais compositores se juntam em uma parceria, o resultado só pode ser a criação de uma pérola. Wilson Batista e Ataulfo Alves, dois dos maiores nomes do samba, compuseram várias, entre elas, os clássicos absolutos do carnaval - e da música popular brasileira - Oh, Seu Oscar e O Bonde de São Januário.

Porém, é nos sambas "lado B" da dupla que fui buscar esta belíssima composição. Não sei dar adeus foi gravado pela primeira vez em 1939, por Déo, e permanceu sem receber uma regravação até 2011, quando Marcos Sacramento registrou a composição no CD-tributo O samba carioca de Wilson Baptista, um projeto de Rodrigo Alzuguir.

Uma joia rara, que merece o pedestal dado aos grandes sucessos da dupla.

Não sei dar adeus (Wilson Batista - Ataulfo Alves)


Eu não sei dar adeus a ninguém
Sem meu pranto cair
Eu não sei iludir o meu coração
Com sorriso em vão
Eu tentei me conter
Mas quando ela
Disse adeus eu chorei

Falo alto até grito: “eu chorei!”
Pois de fato eu acho até bonito
Chorar por seu bem querer
Num verso de um poeta consagrado
Eu li muito bem:
“Chorar por seu amor
Não envergonha ninguém”
Pois eu chorei
Porque muito amei

Não sei dar adeus (Wilson Batista - Ataulfo Alves) - Déo (1939)
Não sei dar adeus (Wilson Batista - Ataulfo Alves) - Marcos Sacramento (2011)



Samba dedicado a Maria Pinheiro, meu amor, que tanto gosta dos sambas do Ataulfo e, especialmente, desta composição.
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O Couro do Cabrito by André Carvalho is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
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