31 de janeiro de 2011

Pedro Caetano, centenário

Amanhã, comemora-se o centenário de Pedro Caetano, genial compositor da música popular brasileira, autor de vários clássicos do samba.

Para celebrar sua bela obra e todo seu talento, algumas composições de sua autoria:

1 - Foi uma pedra que rolou (Pedro Caetano) - Joel e Gaúcho, 1940
2 - Nova ilusão (Pedro Caetano - Claudionor Cruz) - Renato Braga, 1941
3 - Vestido que eu dei (Pedro Caetano - Alcyr Pires Vermelho, 1943
4 - O que se leva dessa vida (Pedro Caetano) - Ciro Monteiro, 1946
5 - É com esse que eu vou (Pedro Caetano) - Quatro Ases e um Coringa, 1947

28 de janeiro de 2011

Agenda Cultural - De 28 de janeiro a 3 de fevereiro

Projeto Anhangüera dá Samba / Inimigos do Batente convidam Paulinha Sanches
Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos, 1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 28 de janeiro (sexta)
Horário: a partir das 22h
Valor: 15 reais

Roda de Samba de Uberlâdia / Homenagem ao centenário de Chico Santana
Local: Toca do Patrimônio
Endereço: Rua Alcides Lourenço Rocha, 20 - Morada da Colina - Uberlândia/MG
Data: 29 de janeiro (sábado)
Horário: 17h
Valor: Grátis


Samba do Olaria
Local: Bar do Tião

Endereço: Rua Costa Barros, 1712, Vila Alpina - São Paulo/SP
Data: 29 de janeiro (sábado)
Horário: a partir das 17h
Valor: Grátis

Samba da Ouvidor
Endereço: Esquina da Rua da Ouvidor com a Rua do Mercado - Centro - Rio de Janeiro/RJ
Data: 29 de janeiro (sábado)
Horário: às 15h
Valor: Grátis

Ouro Verde
Local: Ouro Verde F.C.
Endereço: Rua 9 de julho, 41, Marapé - Santos/SP
Data: 29 de janeiro (sábado)
Horário: 19h
Valor: Grátis


Instituto Brasilidades
Local: Travessa dos Venezianos

Endereço: Rua Joaquim Nabuco, entre as ruas José do Patrocínio e João Alfredo - Porto Alegre/RS
Data: 30 de janeiro (domingo)
Horário: 17h
Valor: Grátis

Central do Samba
Local: Afrosul Odomodê
Endereço: Av. Ipiranga, 3850 - Porto Alegre/RS
Data: 30 de janeiro (domingo)
Horário: a partir das 17h
Valor: Grátis

27 de janeiro de 2011

Chico Santana 100 anos - Homenagem das rodas de samba



Francisco Santana, o Chico Traidor da Portela. "Foi traído e não traiu jamais...". 100 anos do bamba. É tempo de louvar o mestre.

Sete diferentes agremiações de samba numa celebração que promete ser marcante e absolutamente histórica. São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro serão os palcos do grande festejo.

A primeira parada é em Minas Gerais, com a homenagem da Roda de Samba de Uberlândia. Confira as datas e locais das homenagens:


29/01 - Roda de Samba de Uberlândia
12/03 - Glória Ao Samba (São Paulo)
25/06 - Terreiro de Mauá (São Paulo)
23/07 - Terra Brasileira (São Paulo)
13/08 - Projeto Resgate (Rio Grande do Sul)
(a definir) - Jequitibá (São Paulo)
24/09 - Roda de Samba de Encerramento (Rio de Janeiro)

Abaixo, um texto produzido pela rapaziada de Uberlândia sobre o evento.

RODAS DE SAMBA PRESTAM HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DO PORTELENSE CHICO SANTANA

O portelense Chico Santana, um dos maiores compositores de samba de terreiro de todos os tempos, faria 100 anos neste ano se vivo estivesse.

E para celebrar seu centenário, rodas e projetos de samba de vários estados do Brasil farão uma inédita homenagem conjunta que passará por Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Fazem parte desta homenagem quatro coletivos do estado de São Paulo - Glória Ao Samba, Projeto Samba de Terreiro de Mauá, Núcleo de Samba Jequitibá, Terra Brasileira -, além dos gaúchos do Projeto Resgate e dos mineiros da Roda de Samba de Uberlândia.

Serão sete encontros em formato de roda de samba, onde serão cantados os mais de quarenta sambas compostos por Chico Santana, alguns deles em parceria com sambistas de respeito como Armando Santos, Monarco, Manacéa e Alvaiade, entre outros.

Além dos sambas já conhecidos por terem sido gravados nas vozes de artistas como a Velha Guarda da Portela, Paulinho da Viola, Cristina Buarque e o próprio Monarco, serão cantados também mais de 15 sambas inéditos.

A primeira roda de samba desta homenagem acontece neste sábado, dia 29/01, na Toca do Patrimônio (Rua Alcides Lourenço Rocha, 20, Bairro Morada da Colina), em Uberlândia, Minas Gerais. Neide Santana, filha de Chico, já confirmou presença. A homenagem começará às 17:00h e a entrada é franca. 




26 de janeiro de 2011

Paulinha Sanches no Anhangüera!!!!



Já era a hora de Paulinha Sanches comandar a roda do valoroso Projeto Anhangüera dá Samba. Ela que é uma cantora que tem um timbre absolutamente ímpar e domina um repertório de sincopados como poucos vai esbanjar seu talento nessa noite de sexta-feira que promete ser histórica.

Pra quem não a conhece...







Projeto Anhangüera dá Samba / Inimigos do Batente convidam Paulinha Sanches
Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos, 1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 28 de janeiro (sexta)
Horário: a partir das 22h
Valor: 15 reais

25 de janeiro de 2011

Monarco canta seu disco de estreia

Hoje tem show do Monarco no Rio. Segue o texto que escrevi para a Carta Capital sobre o espetáculo:

Lançado em 1976, Monarco, álbum de estreia do sambista portelense, é um registro elegante. O alto nível dos músicos envolvidos na gravação, o repertório com doze pérolas da Portela, os belos arranjos, as excelentes interpretações do cantor e a capa ilustrada pelo caricaturista Lan, que por si só já é uma verdadeira obra de arte, fazem do álbum uma preciosidade cultural.

Celebrando os 35 anos do lançamento de tal registro, o Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro recebe, no dia 25 de janeiro, o baluarte da Velha Guarda da Portela no segundo show da série dedicada aos grandes discos da música brasileira, iniciada em 2010 com A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes (1980).

Com produção artística de Alexandre Raine e direção artística de Paulão 7 Cordas, que também toca violão, o espetáculo conta ainda com Mauro Diniz (filho de Monarco) no cavaquinho e Felipe de Angola na percussão. O repertório é composto pelas doze faixas que compõe o disco, entre elas clássicos como Lenço, parceira com Chico Santana, Quitandeiro (parceria póstuma com Paulo da Portela) e Tudo menos amor, com Walter Rosa.

O jornalista Sérgio Cabral, que assinou um texto no encarte do disco (juntamente com Romeu Nunes, o produtor artístico, Carlos Lemos, Juarez Barroso e Lan), também estará presente na apresentação, contando um pouco da história do sambista.

Ao lançar Monarco, aos 43 anos de idade, Hildemar Diniz já era uma das lideranças da Velha Guarda (mesmo com a “pouca” idade) e considerado um ótimo compositor e grande “gogó” da Escola. Hoje, aos 77, conta cinco discos individuais lançados, outros quatro com a Velha Guarda da Portela e diversas outras participações.

No texto escrito há 35 anos, no encarte do disco, Sergio Cabral afirmava: “Só depois que os chamados veículos de comunicação descobriram que a nossa mais expressiva música popular também poderiam entrar nas paradas de sucesso é que Monarco começou a ter vez”. Hoje, o disco está fora de catálogo, mas o reconhecimento ao artista prevalece. 

SERVIÇO:

Monarco
Local: Instituto Moreira Salles
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 476 - Gávea - Rio de Janeiro/RJ
Data: 25 de janeiro (terça-feira)
Horário: 20h
Valor: de 10 a 20 reais

21 de janeiro de 2011

Agenda Cultural - De 21 a 27 de janeiro

Germano Mathias / Bambas do samba
Local: SESC São José dos Campos
Endereço: Avenida Adhemar de Barros, 999 - Jardim São Dimas - São José dos Campos/SP
Data: 21 de janeiro (sexta-feira)
Horário: 19h30
Valor: Grátis

Ouro Verde
Local: Ouro Verde F.C.
Endereço: Rua 9 de julho, 41, Marapé - Santos/SP
Data: 22 de janeiro (sábado)
Horário: 19h
Valor: Grátis

Ilessi / Lamento do Samba (tributo a Paulo César Pinheiro)
Local: SESC Vila Mariana
Endereço: Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana - São Paulo/SP
Data: 23 de janeiro (domingo)
Horário: 13h30
Valor: Grátis


Monarco
Local: Instituto Moreira Salles
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 476 - Gávea - Rio de Janeiro/RJ
Data: 25 de janeiro (terça-feira)
Horário: 20h
Valor: de 10 a 20 reais

19 de janeiro de 2011

O ano Adoniran Barbosa que foi


Ano passado, homenageamos o grande sambista brasileiro Adoniran Barbosa. Foi seu centenário.

Relembre aqui as dez postagens que fiz ao longo do ano para ele (incluindo uma póstuma, do começo de 2011). 

Adoniran - Dá Licença de Contar... (Ayrton Mugnaini Jr.)



Adoniran - Dá licença de contar..., de Ayrton Mugnaini Jr., é mais uma das boas biografias dedicadas a João Rubinato, popularmente conhecido como Adoniran Barbosa. O ponto alto, o diferencial, o grande trunfo do livro é a riqueza com que o autor expõe a extensa musicografia e a rica (e hoje repleta de raridades) discografia do artista.

Ao longo dos capítulos, o autor se vale de uma estrutura de texto que não segue uma ordem cronológica. Mesmo assim, o texto é bem amarrado em capítulos temáticos que destrincham vários aspectos da vida e obra do sambista paulista. Tudo ricamente ilustrado com fotos, capas de discos, bolachas 78 rpm, cartazes, rascunhos, recortes de revistas e jornais e capas de partituras.

A maneira que o escritor encontrou para construir sua narrativa foi desenvolver seu texto junto a citações de Adoniran, em sua maioria, e também de outros entrevistados próximos ao sambista paulista. Todo o universo "adonoirânico" está presente na publicação. O universo da rádio, com suas comédias e shows de calouros, as participações de um então astro do humor no cinema e na TV, sua vida de compositor,  suas andanças pelo Centro de São Paulo. 

A maior contribuição deste livro, no entanto, está reservado para o Apêndice. A cuidadosa musicografia do artista está toda detalhada ali e isso é um grande legado para futuros pesquisadores da obra do genial Adoniran. 

Avaliação: *** (bom)


Adoniran - Dá Licença de Contar...
Autor: Ayrton Mugnaini Jr.
Editora: A Girafa
Ano: 2002
Preço sugerido: 39 reais

13 de janeiro de 2011

Em Sergipe

A ida de um grupo de sambistas de São Paulo para Aracaju foi algo que foi planejado para ser uma grande festa de celebração ao samba e a amizade. Os intrépidos e desbravadores viajantes pretendiam cantar samba e se fazer ecoar um ritmo que por lá está meio esquecido.

Presentes na jornada, grandes sambistas como Paulinha Sanches, Paulinho Timor e Cacá Sorriso, núcleo do Bula da Cumbuca. Também embarcaram os batuqueiros das Perdizes, logo batizados de "Os Perdizeiros", com Tenente, Boi, Garça, Martinho 87, Leleco (baiano, mas das Perdizes) e eu. As "cabrochas" Natinha, Jubs, Maíra, Vivinha, Áurea e Camila também foram para lá, assim como o "roadie" Tales, o popular Raí.

Embora sendo um Estado com riquíssima cultura popular, como pude perceber no Encontro Cultural de Laranjeiras - o maior do país -, na capital o que se ouve é o ritmo do arrocha, em alto e potente som. Logo pude perceber que a Rádio Aperipê FM, pública, era um oásis de música boa e que respeita nossa rica tradição cultural, em meio a um deserto de arrocha, arrocha e mais arrocha. E dá-lhe "Eu tô sofreendo!", bordão indefectível dos "arrocheiros".

Leo Levi, produtor da Aperipê FM e dono da casa de shows Cultiva, é um dos responsáveis por esta valorização da música, sobretudo independente, de qualidade em Sergipe. Nosso representante de Perdizes ("mais que um bairro, um estado de espírito", como foi bem dito por um perdizeiro - seria eu? - num momento de euforia) em Aracaju, Daniel Nakabayashi, o Japonês, ou Ponêis, ou Japa, ou Japão, ou ainda Japoronga, foi o nosso contato com Levi. Logo, o Japonês virou nosso manager e nisso ele foi bem (bem melhor que a desastrosa companhia de turismo sergipano para paulistas Japa Tour).

Logo ficou acertado que o Bula da Cumbuca iria tocar no Cultiva (a princípio no dia 30 de dezembro, mas depois adiado para 7 de janeiro). Como só haviam três integrantes do Bula - Paulinha, Paulinho e Cacá -, surgiu o complementar "Os Perdizeiros", para ajudar na cozinha e no coro.

Tudo ia bem e muito tranquilo naquela terra. Estávamos na roça, no Povoado de Areia Branca, a 20 quilômetros do centro de Aracaju e lá podíamos fazer nossos alegres e longos pagodes, regados a carne, peixe, camarão, cerveja e muita caipirinha de caju e manga (e dá-lhe manga e caju).

Eis que num dia, Japoronga vem com uma um papel colado nas costas do celular cheio de anotações, com datas dos nossos "compromissos". "Vocês vão tocar na rádio na terça, e na TV na quinta, pra divulgar o show de sexta-feira (7 de janeiro)", disse ele. "Eeeeeita carai!!", respondemos.

E bora pra rádio. Sete pesos pesados num Fiesta: Japão, Tenente, Paulinha, Cacá, Timor, Boi e eu. Vai que vai! Chegando na rádio, fomos recepcionados por Levi e entramos no estúdio onde o locutor boa-praça Mário Sérgio, tricolor carioca e salgueirense, comandava o ótimo programa "Seleção Brasileira".

Alguamas perguntas sobre o Bula, sobre o samba de São Paulo e tome samba. Adoniran, Jorge Costa, Riachão, Geraldo Pereira ("Seu presidente, sua excelência mostrou que é de fato...", alô Lula!!),  Candeia e, em homenagem ao locutor, Branca di Neve e Luis Carlos ("Lá vem Salgueiro!!!"). Quarenta minutos muito bem vividos, muito bom. Saindo de lá ainda escutamos três músicas do Bula da Cumbuca no radinho de pilha do Ponêis, nosso manager, comprado no Mercado Central da cidade. "Olha moço, sou eu na rádio!", exclamava Paulinha para um funcionário do supermercado, onde paramos para comprar uma cerveja para brindar.

Dois dias depois fomos para o Parque da Sementeira, gravar duas vinhetas para a televisão. Uma para a Aperipê e outra para a TV Sergipe, afiliada da Globo. Beleza, desta vez fomos em dois carros, menos aperto. Tudo certo com a Aperipê, cantamos um samba do Timor, e vamos para a Globo. Só samba de protesto na Vênus Platinada, ficou decidido. Plin Plin. E dá-lhe "Seu Presidente, agora tudo vai ficar barato, agora o pobre já pode comer..." pra cima deles. Salve Geraldo Pereira, que brasa!!

No dia seguinte, todos no Bar do Pescador para ver o SE-TV na hora do almoço. E cortaram (ou censuraram?) o samba de 60 anos, "Ministério da Economia", clássico do nosso cancioneiro. Ah, claro, o sertanejo-emo foi divulgado...

Tudo bem, o recado foi dado e é esse mesmo. No show no Cultiva poderíamos cantar estes e outros sambas que o canal do plin plin não gostaria que chegasse aos incautos ouvidos de seus telespectadores. E assim foi. Mandamos brasa em cima de brasa, e saímos sob aplausos. Teve até "mais um, mais um" e a Paulinha indo para a galera, cantar "Foi um rio que passou em minha vida" na saideira. 

Cabe o registro que, se o samba "estaciano", carioca, que ficou mais conhecido no Brasil está em baixa por lá, o samba de pareia e samba de coco, sobrevive como belíssimas manifestações culturais e folclóricas, sendo passado de pai para filho, sobretudo no interior do Estado. Salve Dona Nadir!!!!

E essa foi a nossa odisséia em Aracaju, nosso recado. Desta terra boa, fica a saudade. Obrigado Sergipe, até a volta.
Creative Commons License
O Couro do Cabrito by André Carvalho is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
Permissions beyond the scope of this license may be available at www.creativecommons.org.br.